Comecei este texto ainda na gestação, mas não tinha jeito de concluir. Hoje, aproveitei o soninho do bebê, que já está durando mais, para terminar de escrever sobre a experiência.
Com a Blue já adaptada ao novo lar, começou a fase das fugas, se alguém esquecesse uma fresta aberta, sumia a gatinha. Numa dessas andanças, latidos me levaram pra fora de casa, achei que pudesse estar sendo acuada por algum cão. Era um dia frio de inverno aqui no sul, depois de uma noite chuvosa, dois anos atrás. Virando a esquina vi um gatinho abaixado, corri para acudir e ele também veio na minha direção. De longe percebi que não era a Blue e sim um filhote amarelo menor e muito maltratado. Se jogou aos meus pés e começou a ronronar. Ganhou uma família.
A Blue, que nem saíra (estava escondida dentro de um armário) não ficou nada feliz de perder o posto de única felina da casa. A adaptação entre os dois foi difícil mas usando algumas técnicas de aproximação acabaram se acertando. A escolha do nome foi demorada, até hoje cada um chama como quer, Alf, Ruivo, mas o oficial é Oliver, pelo Twist e por ter olhos verdes. Encurtei e virou só Oli.
Tudo seguia seu caminho, até que ano passado decidimos ter um bebê.
Sempre ouvi falar dos perigos da toxoplasmose e esta seria a primeira gestação convivendo com eles dentro de casa. Pesquisei na internet sobre os cuidados básicos e fui conversar com a obstetra com receio de que pedisse para dar os felinos.
Mas foi exatamente o contrário, explicou que existe mais chance de contrair a doença por alimentos mal lavados ou carne mal passada do que pelo contato com os gatos e que mantendo regras simples de higiene não haveria problema de contaminação. Saí de lá mais tranquila, mesmo não tendo anticorpos para a doença.
Uma longa conversa com a veterinária, que coincidentemente também estava grávida, complementou as instruções da obstetra.
Em primeiro lugar lavar e deixar tudo o que será consumido cru em uma solução de água e cloro por dez minutos. Com isso, como sou meio neurótica, passei a comer saladas só em casa.
Carne bem passada, bife sola de sapato.
Não tocar na caixinha de areia dos gatos (tarefa delegada aos meninos, com prazer). Mesmo sabendo que para a doença se desenvolver ela precisa de 24 horas no meio externo, o melhor é evitar.
Sempre lavei as mãos depois de acariciar ou pegar os gatos no colo, mesmo antes da gestação, e podem me chamar de chata, mas nunca beijei animais. Abraço, afofo, mas beijos são reservados para os humanos, é o meu limite.
Neste momento escrevo com um bebê saudável no colo como prova de que não é necessário optar entre eles e os gatos.
Algumas pessoas perguntam se não tenho medo de que possam arranhar ou morder o baby, mas isso seria impossível, já que nem quando os machucamos sem querer (pisar o rabo por descuido, tropeçar quando se enrolam nas nossas pernas) nunca, nunquinha revidaram. O mais provável é que o bebê morda os gatos. Além disso os dois são muito respeitosos, mantém uma distância segura dele (devem ter medo das mãozinhas descontroladas e do choro alto). Os únicos que precisam de segurança redobrada são os irresistíveis cobertores novos, coisa que a máquina de lavar se encarrega de resolver.
Amei o post... Eu amo animais... Ja estou na minha segunda gestaçao e diferente como você eu beijo animais sim... Acho uma besteira quem doa animais por causa de uma criança... Ter animais em casa eh uma maravilha e criar nossos babys com animais tbm eh pois os animais ajudam o baby a criar anticorpos para varias doencas... Inclusive minha cachorra ajudou a minha menina Ana a vencer a asma.
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