Cada dia vemos mais crianças questionando a máxima "azul para os meninos, rosa para as meninas". É que até os pequenos estão se dando conta de que o mundo é feito de uma infinidade de cores. Aproveitemos então para aprofundar a pergunta, qual o brinquedo que pode ser de um e de outro? Qual a roupa que cada gênero deve usar? Meninas podem brincar de Lego? E meninos podem gostar de rosa? Qual o papel de cada um na sociedade?
Antes de responder a essas e outras perguntas, precisamos ter em mente a coisa mais importante que podemos ensinar aos nossos filhos, netos ou alunos; o respeito. Respeito ao outro, suas condições, gostos e costumes.
Então, se quisermos combater o Bullying precisamos dar o exemplo, demonstrando respeito pelos nossos pequenos e por aqueles que nos cercam. Respeitar os que pensam diferente, se vestem diferente, tem famílias diferentes. Isso inclui meninas que brincam de carrinho, meninos que usam cabelo longo, porque afinal de contas ser criança é ter liberdade para experimentar, fantasiar e as quebrar regras.
Trazemos algumas sugestões de livros para apoiar pais, professores e cuidadores nessa jornada.
Monstro Rosa
De Olga de Dios, editora Boitempo, selo Boitatá
Monstro Rosa é desajustado, como uma grande bola rosada e peluda num lugar onde tudo e todos são descoloridos. Mesmo antes de nascer já era diferente, o ovo de onde ele veio não era igual aos demais.
O livro vai narrando as tentativas de se ajustar às brincadeiras dos seus irmãos, mas era pesado demais para subir nas árvores, falava bobagens demais enquanto os outros ficavam sérios, era até grande demais para entrar na sua própria casa.
Então ele decide sair em busca de outro lugar. Transpôs montanhas, cruzou o mar e
chegou a um lugar onde às vezes fazia sol, outras chovia e às vezes aparecia o arco-íris. E lá, além de muita gente nova e diferente ele conheceu também a felicidade.
Um livro com muitas leituras e elementos que ajudam a lidar com o respeito à diversidade. Pode ser utilizado para sensibilizar sobre bullying, gordofobia, racismo e até sobre a inclusão de crianças que apresentem diferenças no aprendizado, TEA (Transtorno do Espectro Autista) por exemplo.
O mundo colorido e acolhedor que Monstro Rosa encontra pode estar dentro da sala de aula, construído por todos guiado pelo professor e outros responsáveis.
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Pode pegar
De Janaína Tokitaka, editora Boitempo, selo Boitatá.
Pode Pegar de Janaína Tokitaka. Dois coelhinhos, um com roupas de menina e outro de menino trocam algumas peças do vestuário conforme a necessidade ou a brincadeira. Primeiro a coelha empresta seu sapato de salto para que o coelho alcance uma maçã na árvore.
Depois ele usa a saia dela como capa para se transformar em super herói enquanto a coelhinha calça as botas dele para poder brincar na água sem molhar os pés.
O livro ajuda a levantar questões de gênero com os pequenos, mostrando que podemos subverter o uso dos objetos que seriam apenas para meninos ou meninas. Ótimo ponto de partida para ampliar a reflexão sobre profissões, tarefas e papéis na sociedade.
Com ilustrações expressivas, Janaína explora linhas de lápis, massas de tinta e transparência aguadas.
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Ceci e o vestido de Max
De Thierry Lenain, ilustrações de Delphine Durand, Editora Companhia das Letras, selo Companhia das Letrinhas.
Os livros da Ceci são os mais inovadores na introdução das questões de gênero para os pequenos. Ceci não gosta de coisas de menina. Vestidos, fru-frus e laços não são a cara dela.
Ceci gosta mesmo é de futebol.
Quando o seu namorado (aqui fazemos uma ressalva, não somos a favor de crianças sendo incentivadas a namorar, então quando lemos para nossos filhos, trocamos "namorado" por "amigo" é a escolha da nossa família) insiste em que ela ficaria linda num vestido rosa repolhudo, ela responde que só usará se Max experimentar primeiro.
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Frida Kahlo
De Nadia Fink e Pitu Saá Coleção Antiprincesas, editora Sur.
Frida Kahlo é a primeira personalidade mostrada na coleção, por ser uma mulher que não fez o que se esperava dela e com isso ter deixado sua marca na arte e na história. A autora Nadia se propõe a desvendar os motivos que geram tanta paixão em torno da artista, contando sua história numa linguagem simples e direta. O livro nos oferece detalhes do contexto político, cultural e até afetivo da vida de Frida.
Além da história, a autora espalha caixas explicativas para ampliar as informações ou ajudar na contextualização do que está sendo contado.
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As Mulheres e Os Homens
De Equipo Plantel, ilustrações Luci Gutiérrez, Coleção Livros Para o Amanhã, vol. 4. Editora Boitempo, selo Boitatá.
As Mulheres e Os Homens foi originalmente publicado na década de setenta na Espanha e redescoberto junto com os demais volumes da coleção pela editora Media Vaca que os reeditou mantendo o texto e colocando novas ilustrações.
O livro, com faixa indicativa a partir de 8 anos de idade, é a ferramenta perfeita para questionar meninos e meninas sobre o papel da mulher na sociedade atual. Abordando o assunto com ironia e de forma direta começa por mostrar semelhanças e diferenças entre os gêneros.
Depois de alguns exemplos, conclui que a única diferença mesmo é o sexo.
E que a forma como cada um se veste, brinca ou se comporta é fruto de uma construção social.
Essa construção acaba se tornando a regra e reduz o espaço das mulheres.
No final do livro a assistente social e feminista Mirla Cisne coloca sua contribuição para ampliar o debate.
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Diferentes, Não desiguais
A Questão de Gênero na Escola
De Beatriz Accioly Lins, Bernardo Fonseca Machado e Michele Escoura. Editora Cia das Letras, Reviravolta.
Os autores, graduados em Ciências Sociais e pesquisadores da Unicamp e USP desenvolveram um livro direcionado a educadores mas que pode ajudar também o público em geral a se informar melhor e colaborar com a construção de uma infância livre de estereótipos. O livro começa explanando as reações de uma turma de crianças em processo de alfabetização quando questionada sobre o que considera "coisas de menina e coisas de menino". As respostas óbvias preocupam qualquer educador mais atento às diferenças. O que será do menino que não gosta de futebol ou da menina que não pretende usar batom. Ao longo do livro os autores nos apresentam uma introdução à história da luta pelos diretos das mulheres, as leis vigentes e a violência de gênero. Há ainda um cuidado especial com o racismo no Brasil.
O capítulo 5 é destinado a sexualidade e suas diferentes apresentações.
No apêndice, os autores oferecem sugestões de como educadores e equipe devem agir em diferentes situações de risco ou misoginia.
Por fim sugestões de literatura e material audiovisual para várias faixas etárias.
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O filho querido
De Lilli L´Arronge, tradução de Anna Luiza Cardoso, ed. Record selo Galerinha.
Ao ver os ninhos sendo formados na primavera, um esquilo e um passarinho perceberam o quanto seria maravilhoso formar uma família. Para isso construíram um ninho e esperaram o ovo aparecer. Esperaram, esperaram e nada.
Até que numa manhã, lá estava o ovo, enorme, tão grande que quase não cabia no ninho! Eles o chocaram, cuidaram e alimentaram quando nasceu.
Uma história simples e ao mesmo tempo linda que pode ser interpretada valorizando as diferenças entre as famílias. Famílias formadas a partir de adoções, famílias onde os avós cuidam dos netos, novos casamentos e pais do mesmo sexo. O livro ajuda a lembrar que o que forma a família não são as semelhanças entre os membros e sim a disponibilidade de amar e cuidar dos outros.
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Tenho inúmeras resistências quanto a esse assunto.
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