Foi com muita empolgação que comecei a ler este romance da Zadie, que se passa na região Noroeste de Londres. Não apenas por ler uma mulher, mas por estar conhecendo uma escritora negra tão bem avaliada nas pesquisas preliminares e pelo próprio conteúdo da Companhia das Letras*
"Finalista do National Book Critics Circle Award Um dos dez melhores livros do ano segundo o New York Times. Livro do ano pelo Wall Street Journal, QG e New Yorker"
*Este é o segundo livro enviado pela Companhia das Letras, em parceria com a Kidsindoors, para ampliar nosso repertório adulto sobre escritoras mulheres! Conheça a resenha do primeiro livro: Vida Querida, da Alice Munro.
Um dos principais pontos que me chamaram atenção, para este romance, propriamente dito, foi o a ideia de ser um "épico urbano"- por narrar a história de quatro personagens, conectados por esta região de Londres e por se verem “na vida adulta”, tomando decisões e as responsabilidades que vem coma ela. Mais do que isso, são os personagens tentando se entender como gente.
Particular gostei muito da Leah e da Natalie, as duas personagens femininas do livro. Por mais que o cenário seja completamente diferente, consegui me ver nas dúvidas, aflições e incertezas das personagens: de sentirem impostoras por não conseguirem falar abertamente sobre seus sentimentos, ou como personagens criadas para tolerarem as suas próprias escolhas de vida. Gosto de como a autora nos faz navegar por seus sentimentos, por diferentes formatos de escrita, nos contando parte de suas histórias que são conectadas.
Porém não dá pra dizer que é um livro fácil. Demorei alguns meses para terminá-lo, já que exige de sua total atenção. Não dá pra ler um pedaço antes de dormir. Entrando em um dos capítulos, você tem que se jogar até o final da sua leitura, senão é capaz de ficar com alguns nós soltos, que a autora vai te entregando aos poucos ou simplesmente deixando para a sua imaginação decidir. Apesar de estruturas diferentes, esse é um ponto em comum com o primeiro livro que li da Companha das Letras.
Os personagens homens, recebem menos atenção ao meu ver, mas sofrem dos mesmos dilemas: buscando do seu passado, entender quem são no presente e o que poderão ser no futuro. Em ambos, trazem a presença forte da vida nas ruas, das drogas, de uma Londres mais carregada. Nas histórias femininas, o uso de drogas e do álcool também aparece, mais como um coadjuvante das suas diferentes fases de vida.
Outros dois pontos que chamaram minha atenção: a descrição da origem dos personagens principais e coadjuvantes e as muitas referências culturais, embutidas na narrativa de forma bem interessante. Claro que esse pontos, mais os diferentes formatos de escrita (cada capítulo tem um formato), agregam à complexidade para o romance.
Para saber mais sobre a Zadie Smith: http://www.zadiesmith.com/
Crédito da Foto: The Guardian
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